Aceleradores de partículas que produzem luz síncrotron são formados de diferentes estruturas aceleradoras nas quais elétrons atingem velocidades terminais da ordem de gigaelétron volts (GeV), como é o caso do SIRIUS, acelerador brasileiro síncrotron de 4ª geração; Nesse contexto, a perda de elétrons é um processo esperado na operação do acelerador e, devido à sua alta energia, os elétrons desviados do feixe incidem em regiões adjacentes, produzindo nêutrons, que são, por sua vez, contidos dentro da blindagem do acelerador. Detectores passivos de estado sólido, como o CR-39, compostos por C12H18O7, e com área superficial total de 211,4 mm², são empregados para quantificar as emissões de nêutrons. Os nêutrons são gerados em diferentes faixas de energia mas, devido às características do sistema de detecção que foi utilizado nesta análise, foram estudadas somente duas dessas faixas: nêutrons térmicos e nêutrons rápidos. Nêutrons térmicos podem ser descritos pela distribuição de Maxwell-Boltzmann, com uma energia média de 25 meV. Nesta classificação binária, adota-se a energia de corte de 0,5 eV para os nêutrons térmicos. Já nêutrons rápidos diferem dos nêutrons térmicos em energia, podendo alcançar valores superiores a 1 MeV. A quantificação dos nêutrons gerados desta forma é importante para fins de proteção radiológica e também pela razão de que os nêutrons secundários podem induzir reações em outros elementos, causando danos nos dispositivos do acelerador como, por exemplo, a falha de equipamentos eletrônicos, rachaduras em materiais e a desmagnetização de imãs pela interação de radiação da operação do acelerador (Adib J. Samin, 2018). O principal objetivo deste projeto foi quantificar a fuga de nêutrons em um acelerador de luz síncrotron de 4ª geração. Para alcançar esse objetivo, foram realizadas análises da quantidade de traços em detectores localizados dentro da blindagem do acelerador, bem como a avaliação de nêutrons em diferentes faixas de energia. Além disso, foram conduzidos estudos voltados à modelagem estatística e à distribuição de probabilidades, acompanhados pelo aprendizado de técnicas e métodos para a coleta de dados brutos por meio de detectores.